quinta-feira, 12 de março de 2009

AMOR DA MINHA VIDA

Do que vale o meu amor
Estilhaçado pelo chão
Se meu amor agora dorme
Neste leito sem paixão?
Não valsam mais os seus cabelos
Dormitando sono denso,
Mergulhados em densa paz
Que os consome por demais.
Não palpitam mais amores
Em seus seios de mulher
Adornados em macilentas flores.
E não mais seduzem nenhum rapaz
Que outrora viu brincar
Tais fartos seios, sem ter paz!
Oh Deus, não me leve agora
‘Sta linda flor d’aurora
Nem jamais ausente assim
O amor vibrante em mim.
Como posso roçar os lábios
Do meu bem que dorme tanto?
Não se mexem os seios fartos
Nem seus lábios-mel-d’encantos.
Pranteio loucuras em meus feitos
Por ‘sta donzela deitada ao meu leito.
Ela não me canta mais os cálidos cantos
Nem transpira meus pomposos encantos.
Nas noites quentes sorvíamos vinho,
Vislumbrando falas mansas como deuses pagões
E vinham dóceis, como os ventos sazonais, as paixões...
De outros amores que se deliciavam por demais.
Sofro tanto, Deus, eu cá,
Por não mais sentir tamanha ardência!
Amor ou Dor, oh, eu os sinto tanto!
Relembro quando estávamos nos amando,
Eu e ela,
Eu e Tu, o amor que demais ardia assim:
Mulher lívida, acorda já!
Vem tocar os lábios meus.
Anseio-te muito, vem já me amar
Que juro namorar os lábios teus!

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