quinta-feira, 12 de março de 2009

À MULHER QUE AMO, EM MIM...

E como tudo que eu faço de errado, eu invento a vida
Todinha molhada pelo meu esquecimento.
Se eu tardo em encontrar minha vida toda,
Acabo lembrando que esqueci um pensamento:
De querer estrelas pudicas a brilhar no céu
E alegrias para me fazer sofrer,
Pequenos adornos para me fazer morrer.
Mas anseio retirar com ágeis mãos o belo véu
Que cobre o corpo adorado da mulher que tanto amei.
Todos os versos que os pássaros versam
São passageiros, e eu adorei!
A mim, jamais chegaram. Crível verdadeiramente.
Não quis descobrir o que em mim ardia assim:
- Tic-tac. - Ih, coração verboso e solitário.
- Toc-toc. - Batidas de mãos suaves em minha porta.
Um ranger dela se abrindo como filme mortuário.
- Olá - diz. Alguém que me quer para amar?
E, com seus lábios de cor escarlate, ela me diz as letras mortas:
- Sou eu em ti. Queria te perguntar... Ainda amas o amar?
Tudo bem, vou dizer que nada sinto.
É só enganar o que bate aqui em mim.
Mas sabe de uma coisa? Eu amo, eu não minto!
Porque, se você pisa em uma rosa, ela sente, sim.
O bom é correr das venturosas paixões.
São sentimentos que doem, como poderei me aprofundar?
Ver com o coração e sentir com a alma,
Alegrar-se com as emoções,
Beijar serenamente; o amor está calmo.
– Olá, existe alguém aqui em partículas, despedaçado todo?
– Dizes-me tu versos engraçados. O que queres comigo?
– Ser tua! Tirar o véu que cobre teu corpo.
– Para me ver despido das emoções?
– Se te desejo, como podes pensar em desilusões?
– E eu não acreditava no amor – as paixões...
– Deixa-me te amar, ser tua por minutos...
– Nem se fosse por horas, farejando os encalços das emoções fugidias...
– Oh, então sofres sem paixões?
– Não. Eu apenas não saberia amar o teu amor nos meus vindouros dias...

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